quarta-feira, 16 de agosto de 2017

ANNABELLE: CREATION (2017)


Uma das coisas que para mim é o cinema, é a arte da manipulação. Quem faz um filme quer manipular o espectador, provocar emoções. Sabemos que estamos a ser manipulados mas não nos importamos. E num filme de terror, isso ainda é mais evidente. 
O primeiro Annabelle fazia tanto sentido de existir como uma pedra nos rins. O The Conjuring foi um filme de sucesso e como lá pelo meio apareceu uma boneca de porcelana dentro de um armário, acharam que era boa ideia explorar isso. E em que é que resultou? Numa prequela que basicamente é cocó. Uma merda de filme que, para filme de terror, não assusta nadinha. E o que faz mais sentido que uma pedra nos rins? Só se forem duas pedras nos rins. Ora, o primeiro não teve assim tanto sucesso de bilheteira nem de crítica. Então por que razão acharam que um novo filme iria ter sucesso? Ainda para mais porque é a prequela de uma prequela. Tinha tudo para ser péssimo. Mas milagres acontecem, e o que temos aqui é um puro filme de terror, sem grandes pretenciosismos e que faz aquilo que qualquer filme de terror deveria fazer: assusta. E quando digo "assusta", digamos que é para borrar a cueca. 


O filme pega num dos principais mecanismos do género de terror, o som, e usa-o de forma tão eficaz, que o filme merece ser visto numa sala de cinema com bom sistema audio. 
É que não se pouparam aos sustos... praticamente de início ao fim. Mas o que faz esses sustos, esses jump-scares resultarem é o set-up. Desde início que é criado ali um ambiente fantasmagórico, e o espectador vai sentido isso ao longo do filme. 
Pode ter todos os clichés e por vezes ser totalmente previsível, mas caramba, se o que queriam era meter medo, então conseguiram. Sim, porque a história é tudo menos original. Quantas vezes já vimos histórias de casas e miúdas assombradas? Milhares de vezes... mas são raras as vezes que conseguem realmente assustar. Depois, o filme é eficaz porque damos por nós importados com as personagens principais. As duas miúdas são interessantes, com história. E são óptimas actrizes. Então a actriz que faz de Janice (Talitha Bateman), que a certa altura está possuída, está impecável nos vários registos que tem de ter. (E é impressão minha ou a rapariga é a cara chapada da Chloë Grace Moretz??)
No geral, é um filme infinitamente melhor que o primeiro, da mesma forma que o The Conjuring 2 era melhor que o primeiro. São as sequelas a melhorar o original.

Muitas vezes, as formas das pessoas reagirem ao medo nos filmes é o riso. Aquele riso nervoso depois de um sustos do caraças. Isso aconteceu na sessão a que fui assistir. Isso e um matulão que estava ao meu lado estar todo encolhidinho e agarrado à namorada durante as cenas mais assustadoras. 

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