quarta-feira, 12 de outubro de 2016

THE LORD OF THE RINGS: THE RETURN OF THE KING (2003)


Depois de mais de seis horas de filme, eis que chega ao desfecho uma das grandes trilogias do cinema. A primeira vez que vi este filme marcou-me de alguma maneira. Um mês antes da estreia, o extinto cinema Avenida, em Coimbra, anunciou uma ante-estreia mundial. Uma sessão única à meia-noite e uma semana antes da estreia mundial. Despachei-me a comprar 3 bilhetes para essa sessão. Acontece que chega o dia D, e uma filha da puta de uma febre atacou-me. Mas lá me fiz de forte, e com gripe e cerca de 40º de febre, lá vou ver o filme, acompanhado pelas duas colegas de casa da altura. Passava das 3 da manhã quando acabou o filme. Suava que nem um gordo que acaba de subir dois degraus. Mas senti-me mais importante que o resto do mundo, afinal acabava de ver a conclusão épica antes de todos os outros. 
Lembro-me que na altura tinha adorado o filme e a conclusão. Hoje não adoro assim tanto. Os erros são os mesmo que nos anteriores. Bem espremidinho e não dava mais de duas horas de filme. Mas digo já que continua a ser um belo filme.


SPOILERS 
Em 2003, o início do filme foi a cena que mais me marcou no filme. Vemos uma espécie de flashback de quando Smeagol encontra o anel, ou melhor, rouba o anel ao melhor amigo depois de o matar. Aquela transformação em Gollum foi fenomenal. E aqui já podíamos ver o trabalho a 100% do actor, antes de estar coberto de motion-capture.
O melhor do filme continuam a ser as cenas com Gollum, Frodo e Sam. O resto é mais para encher chouriços. Nós queremos é ver o anel a ser destruído. E se no segundo filme ainda tínhamos alguma compaixão pelo Gollum, neste terceiro isso desaparece completamente (à excepção de quando ele cai no fogo e morre agarrado ao anel). 
E é graças ao Gollum, que vamos percebendo que o Sam é o verdadeiro herói da trilogia. Senão vejamos:
- A certa altura, e mesmo depois de tudo, Frodo manda Sam embora para se aliar a Gollum, que é um manipulador nato. Foi uma das cenas mais comoventes do filme. Sam vai mas há-de voltar. Se fosse eu tinha-o mandado à merda e ia à minha vida.
- Depois vem a tão famosa cena com a aranha gigante. O que acontece? Sam derrota a aranha e salva Frodo que tinha sido capturado. 
- Sam carrega o Frodo às costas, quando este já estava praticamente inconsciente. É mais uma daquelas cenas a que eu chamo de "cena WTF". «Come Mr. Frodo. I can't carry it (the ring) for you, but I can carry you". (lágrimas escorrem do espectador)
- Depois lá vem a cena da destruição do anel. Mais uma vez Sam salva o Frodo no penhasco. 

Foda-se, desculpem lá, mas o filme vale quase todo pelo Samwise Gamgee

No final, quando o Frodo acorda, dá-se um reencontro emocionante entre a irmandade toda. Todos se curvam perante os quatro hobbits.

Parece que o final, demasiado prolongado, é criticado por muitos. Quer dizer, anda um gajo a aturar uma trilogia com cenas e personagens completamente desinteressantes, e depois criticam 25 minutos de conclusão. Sinceramente, eu gostei bastante do final escolhido. Foi o fechar perfeito de um ciclo. Termina onde tudo começou. 

E mais uma prova de que Sam é o herói é a cena final. O filme acaba com este a despedir-se de Frodo. No entanto, em vez de fechar com o "carregador do anel", o filme termina com Sam


Sei que na altura tinha gostado bem mais da trilogia. O deslumbramento fez-me esquecer toda a seca que apanhei algumas vezes. Fosse eu especialista em edição de filme e faria os cortes necessários à trilogia. No fim, em vez das mais de nove horas de filme, teria um animado e excitante filme de duas horas e meia.

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