quinta-feira, 6 de outubro de 2016

LONE SURVIVOR (2013)


Não fui à tropa. Nem sequer à inspecção quando era obrigatória. Sempre me senti um desertor com medo que um general chegasse a minha casa para me obrigar a calçar as botas e partir para a "guerra". Isso nunca aconteceu. Nunca peguei numa arma. Mas também acho que se chegasse a ir a uma inspecção, me mandavam logo a seguir para casa. Mal consigo fazer uma flexão, quanto mais carregar com uma mochila com 370 quilos às costas. Tive amigos que fizeram vida militar e as coisas que contam não me cativam. E isso passa para o cinema. O género de "filme de guerra" não é o meu favorito. Ou é um clássico (e mesmo assim não os vi a todos) como o Platoon ou o Apocalipse Now, ou então tem de ser feito pelo Spielberg.

Há uns tempos estava a ver um podcast que acompanho, e o tema do episódio era este Lone Survivor. E os gajos que comentavam o filme falavam maravilhas. Então lá me conseguiram convencer a ver o filme. Normalmente seria um filme que me passaria ao lado. Epa, e ainda bem que fui convencido a ver. Há aqui filmaço. Sim, é patriótico à brava, mas caramba, é dos filmes mais intensos que vi nos últimos tempos. Parece que é baseado em factos verídicos, neste caso a Operação Red Wings. Aqui, um grupo de militares está no Afeganistão para capturar um líder talibã. 

Negativo do filme: o raio do título é spoiler (para quem não conhece a história). Ora, temos um grupo de pessoas em batalha e o título é Lone Survivor. Ficamos logo a saber que só sobrevive um. Curiosamente é um dos produtores do filme. 


Depois temos duas horas de filme que passam a correr. Passando a parte da apresentação da missão, temos um filme que é basicamente uma longa cena de acção. Mas é uma das melhores cenas de acção que vi. 
Claro que isso é graças à realização do Peter Berg. E isso é uma surpresa pois o filme anterior do gajo era o inenarrável Battleship, esse pedaço de merda que não merece ser visto por ninguém.
Ajuda o trabalho do elenco, que mesmo não sendo os personagens com mais profundidade do planeta, transmitem o sentido de "brotherhood". E o Mark Wahlberg deve ter tido aqui a melhor performance depois do Boogie Nights e no The Departed.

E é impressão minha ou grande parte do filme é feito de quedas e mais quedas? Foda-se, como é que o gajo chegou vivo ao fim do filme é que eu não sei.

Palavra final para a equipa de maquilhagem, que fizeram ali um serviço que só me apetecia desviar o olhar. 

Hiper-realismo num grande filme de guerra. Ide lá ver isto que merece.

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