segunda-feira, 19 de setembro de 2016

INDEPENDENCE DAY (1996)


O ano era 1996. um gajo estava ali a fazer os 14 anos.Voz a mudar. Um buço que faz favor. Um trinca espinhas. Era realmente o sonho de qualquer miúda daquela idade. Como não era o puto mais confiante do mundo junto das meninas, refugiava-me com o cinema. A acrescentar a isso, vivia num país que não era o meu. Era o ano em que me tinha tornado emigrante. Ora, num país que não é o meu, onde os filmes se viam dobrados (é bom que o filho da puta que se lembrou de dobrar os filmes pela primeira vez tenha morrido com uma doença venérea e devagar). Ainda estava numa fase em que estava a aprender a língua do país onde estava. É este o contexto da altura em que vi o filme Independence Day pela primeira vez. Na televisão já passavam os trailers que mostravam explosões e destruição: os ingredientes necessários para chamar ao cinema putos como eu. Bem, não só como eu, pois acho que toda a gente deve ter ido ver o filme ao cinema.


O filme é básico na história (a Terra é invadida por aliens) mas rica em tudo o resto. E não estou a exagerar.
Despacho já os efeitos especiais. Tirando o Parque Jurássico, nunca tinha visto nada assim no cinema. Aquelas explosões era hiper-realistas para a altura. E por que razão são tão realistas? Ora, parece que são reais. Há ali miniaturas e maquetes a serem explodidas a sério. Hoje isso era despachado a computador. E por muito avançado que seja o CGI, nada é mais realista que o real. A cena do Empire State Building a ser explodido ficou gravada na minha memória até hoje. 
Depois temos um conjunto de personagens cheios de carisma, algo que dificilmente veríamos hoje em dia. A prova disso é a sequela deste filme. O Will Smith deixava de ser definitivamente o Prince of Bel Air (o Bad Boys é do ano anterior mas na altura não me deixaram ver o filme no cinema pois não tinha idade... WTF). Era o tipo mais cool, que tinha as deixas mais altamente (Welcome to earth) e que andava com uma stripper (ou dançarina exótica como ela dizia). O Jeff Goldblum era o nerd. Antes da malta do The Big Bang Theory, já ele andava a mostrar que o nerd is the new sexy. Toda a gente gosta do Jeff Goldblum. O velho que fazia de pai dele também era engraçado. E depois temos o Bill Pullman, ou Mr. President. Era o presidente americano que queria era andar de caças. A avaliar pelos presidentes retratados nos filmes americanos, são todos pessoas idóneas e íntegras. Mas caramba, o gajo tem a melhor cena do filme com o seu famoso discurso de levantar a moral a todos.
We will not go quietly into the night!
We will not vanish without a fight!
We're going to live on!
We're going to survive.
TODAY, WE CELEBRATE OUR INDEPENDENCE DAY!


E depois um conjunto de personagens secundários que acabamos por nos importar. Todos menos aquele tipo que trabalha com o Jeff Goldblum e que tem uma voz irritante a quem parece que se arrancou umas cordas vocais.

Confesso que o filme foi para mim perfeito na altura em que o vi. Fiz a colecção de cromos da Panini (na Suíça, onde vivia, não sei se era Panini), mas sem a completar. Aliás, nunca consegui completar uma colecção de cromos. E nos anos seguintes revi o filme vezes sem conta. Seja na televisão, cassete VHS ou DVD, todos os formatos são válidos para ver o filme. 

Sim, o filme é ultra patriota, militarista, etc. Mas caramba, ninguém quer saber disso quando temos um bêbedo num avião a sacrificar-se frente à nave-mãe  e mandar para o caralho todos os aliens. Hello boys! I'm back!

Por estas e por muitas outras razões, este acaba por ser um dos filmes da minha vida. Acaba por não ser um guilty-pleasure porque acho, sinceramente, que é um bom filme dentro do género.

Nota final: era para escrever sobre a sequela que saiu este ano, que acabei de ver, mas acho que esse filme não merece mais o meu tempo.

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