sexta-feira, 26 de agosto de 2016

SOME LIKE IT HOT (1959)


Foi dia de clássico. E ainda bem. A fazer zapping passei por este filme a preto e branco. Ou como diz a minha mulher: "velho como o caralho". Bem, ela não diz asneiras, mas seria uma expressão deste género. 
Muita gente conhece Marilyn Monroe, mas nem todos viram filmes com a musa da Playboy. Muitos lhe conhecem o corpo e quase ninguém viu um filme com ela. 
Este Some Like It Hot é obrigatório a qualquer pessoa que goste de Cinema. Já foi, em tempos, eleito como a melhor comédia de todos os tempos. Essas listas são sempre subjectivas e valem o que valem, mas não deixa de ser um reconhecimento importante. 
Ora, e o que é que temos neste filme? Dois músicos que são testemunhas de um assassinato por parte de uns gangsters e para fugir, disfarçam-se de mulheres e juntam-se a um grupo de mulheres que actua em hotéis e afins. Nesse grupo conhecem Marilyn e ambos vão disputar o amor/corpo dela, sempre (ou quase sempre) disfarçados.
Antes de mais, é uma excelente paródia a filmes de gangsters. Este pode mesmo ser o Padrinho das comédias. Depois, a dupla Tony Curtis / Jack Lemmon parece que nasceu para actuar junta. Difícil destacar apenas um. Há ali demasiado carisma que hoje é raro encontrar.
Finalmente temos sempre de falar da Norma Jeam, ou melhor a Marilyn. Quando esta está em cena, oh meu deus. Que sexyness. Enche o ecrã, mesmo não sendo a melhor actriz do mundo. Mesmo com essas limitações, a mulher tem algo que cativa que vai mais além do que um bom par de mamas. E quando canta o famoso "I wanna be loved by you" é impossível não ficar indiferente à mulher.

Resumidamente, um filme obrigatório a quem gosta de uma boa comédia, com excelentes actores, boa escrita e sexyness no ecrã. 



quinta-feira, 25 de agosto de 2016

INSIDE OUT (2015)


Por alguma razão, tenho andado a evitar filmes de bonecada. Ainda não tenho filhos e não tenho tido paciência para esses filmes. A Pixar não tem feito grande coisa. Já lá vai o tempo dos Toy Story. E Rei Leão só há um. Por isso não tenho visto nada neste género.
Um destes dias apanhei na televisão este Inside Out. Já tinha lido maravilhas sobre o filme. E pronto, aos 33 anos, um gajo que gosta de filmes de porrada, largou umas lágrimas durante esta maravilha. 
Primeiro, este não é um filme para crianças. Elas poderão ver o filme mas não vão perceber nem metade do que é suposto. 
Depois, este é facilmente o melhor filme da Pixar, a par dos Toy Story. Parece que os tipos da Pixar arranjaram uma fórmula secreta que faz chorar as pedras da calçada. Um filme sobre sentimentos, sobre a mente humana e a complexidade do que é ser humano. Alguns gags hilariantes. Por exemplo, quando "entramos" na mente dos pais da protagonista, isso é muito bom. 
No geral, é uma lição de vida como raramente vi no cinema,

Nota final: mesmo que tenham calhaus no lugar do coração, é impossível ficar indiferente a Riley e todos os seus "sentimentos".

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

THE JUNGLE BOOK (2016)


Ah, filmes com animais a falar que não são de animação.... costumam ser uma linda merda. Poucos são os casos em que isso é aproveitável. Sim, eu sei que o Babe é um caso à parte, mas essa é a excepção. Até agora.
Vamos lá ser sinceros: das pessoas que viram esta nova adaptação da história de Mogli, quantos é que tinham quase a certeza que iria ser uma bosta? Quase todos, não é? Eu incluo-me nesses que pensavam que ia perder tempo a ver este filme. No final do filme, quantos de vocês mudou essa opinião? Pois, quase todos. O filme é bestial. Uma surpresa. Daqueles filmes que vou mostrar aos meus filhos enquanto crescem, para alternar com os Rambos e Commandos desta vida. O cinema não pode ser só porrada. (Quer dizer, pode mas não deve).

Mas o filme tinha tudo para ser daqueles que não gostava. Montanhas de CGI, historieta da Disney, etc. Acontece que o filme é isso mesmo mas em bom. 
Todo o filme é CGI, à excepção do puto que faz de Mogli. E tenho de tirar o chapéu ao puto. Não deve ser fácil representar para nada. E sendo o primeiro filme dele, ainda mais difícil é. Mas o miúdo safa-se muito bem, tendo em conta essas limitações.
Costumo ser o maior crítico do uso do CGI. Gosto mais dos efeitos práticos. Esses sempre me pareceram mais reais. Mas aqui, atrevo-me a dizer que é o filme que melhor sabe usar a tecnologia disponível. Foda-se, os animais eram "reais". Desde o primeiro minuto que parecia que estava a ver um documentário da SIC de manhã da vida selvagem. As paisagens eram autênticas. Parece que foi mesmo tudo filmado em sets, e nem uma imagem real. Mas uma pessoa sentia-se na África profunda.
E como se trata de um filme típico Disney, tínhamos de ter momentos musicais. Neste filme existiram dois. Dei por mim a cantar o "Necessário" em sotaque brasileiro, pois foi a versão com que cresci. Muito fixe. Mas mais fixe ainda foi ver o macaco Christopher Walken a cantar. He's the man.
E por falar em Walken, que dizer do elenco de vozes? O Ben Kingsley (a pantera) tem a voz mais autoritária; o Bill Murray (urso) a voz mais engraçada; basta a Scarlett Johansson (cobra) falar - sem mostrar o corpo - para um gajo ficar cheio de tesão; e o Idris Elba (o tigre) consegue ser ameaçador como poucos. Até agora é sem dúvida o melhor vilão do ano.


No geral, é o melhor filme com animais falantes que me lembro. O melhor uso do CGI. Basicamente, o filme que não esperava nada e no final deu tudo.

Nota final: parece que daqui a uns dois anos sai nova adaptação desta história. A minha pergunta é: Porquê? 

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

STRANGER THINGS (2016)


Parece que a Netflix se anda a especializar em séries que agarram as pessoas. Desta vez a fórmula é relativamente simples. Há um grupo considerável de pessoas que é nostálgico (como eu). Pessoas que estão agora na casa dos 30/40 anos, e para quem os anos 80 foram de crescimento. Para quem, como eu, cresceu nos anos 80, esta série terá sempre algo especial. "Ambientada no ano de 1983, Stranger Things decorre na fictícia cidade de Hawkins, onde um garoto de 12 anos desapareceu misteriosamente sem deixar rastro. Enquanto procuram por respostas, a polícia local, a família e os amigos acabam mergulhando num extraordinário mistério envolvendo experiências secretas do governo, forças sobrenaturais e uma miúda muito estranha." (roubado na Wikipedia).  
Uns dirão que é o decalque de tudo o que se fez nos anos 80. Outros dirão que se trata de homenagem. A linha que separa estes dois conceitos é muito ténue. O que é certo é que a representação dessa década é quase perfeita. Claro que a introdução de elementos dessa época por vezes era descarada e nada subtil. Mas quem se importa com isso. Naquela altura, tudo o que vinha da máquina de São Spielberg ou São Lucas (o George) era obra-prima, e isso foi tudo aqui aproveitado. 
É impossível não pensar em ET, Goonies, Star Wars, Stand By Me, Alien e mais umas centenas de referências. Eu lido bem com isso pois eu sou um nostálgico por natureza. Não me importo que copiem, desde que o façam bem. E aqui é tudo em bom. A começar na música do genérico, que é toda ela "decalcada" de John Carpenter. 
Mas há duas coisas que se destacam na série. Primeiro a escrita. Todos os capítulos estão muito bem escritos, entrelaçando-se de forma muito coesa. E depois, principalmente, o elenco. A personagem da Winona Ryder irrita um bocado nos primeiros episódios. Mas o raio dos putos vão todos muito bem, com destaque ao puto "sopinha de massa" (Dustin) e à miúda que é a "experiência" secreta do governo (Eleven). A química entre o grupo de miúdos é toda muito boa. Parecem amigos desde sempre.

De resto, a série assusta quando tem de assustar, é intrigante. E depois, como tem apenas 8 episódios, vê-se muito bem de rajada. 

Acho que vou fazer uma petição para que todas as séries tenham apenas 8/10 episódios no máximo. 

Série perfeita para fãs dos anos 80 e para quem queira conhecer melhor essa década.




quinta-feira, 11 de agosto de 2016

TRUE STORY (2015)


Já lá vai o tempo em que se ia ao cinema apenas por causa dos actores. Hoje em dia, isso é raro acontecer. Está mais relacionado com o hype que se cria em torno de um filme. Acontece que se não fosse pelos actores, eu nunca teria pegado neste filme. Num destes dias, estava eu a fazer uma busca por filmes na televisão para pôr a gravar e posteriormente ver. Apanhei um filme, pouco conhecido, que tinha o James Franco. Como sei que a minha mulher gosta do gajo, lá gravei, como bom samaritano que sou. Ela deve gostar das covinhas e ar maroto do Franco. Eu até acho que é bom actor, se lhe derem o papel certo. 
Num destes dias, e sem nada de jeito na televisão (200 canais e uma pessoa não vê nada). Lá pus o filme, e percebi que o filme era um drama daqueles de investigação jornalística e criminal. 
O Franco é acusado de matar a mulher e filhos. O Jonah Hill é um jornalista caído em desgraça que vai escrever um livro da história. 
Confesso que gostei do filme. É daqueles casos em que é muito "parado". Se eu tivesse 15 anos, tinha desistido aos 10 minutos de filme. Basicamente temos ali apenas as conversas entre os dois protagonistas. O espectador vai tentando perceber se o Franco é mesmo culpado daquilo que fez. Vamos tentando adivinhar um possível twist. Eu daria o meu testículo do meio se o final do filme fosse como o do Primal Fear (o filme com o Richard Gere e Edward Norton). E o grande problema do filme é mesmo final. Talvez por se tratar do velhinho "baseado em história verídica" (esse embuste de massas), acredito que tenha ficado limitado. Se houvesse ali liberdade para fazer algo mais arrojado, e teríamos aqui um filme para guardar. 
Assim sendo, o filme vale-se pelas performances da dupla e diálogos cativantes. 
Também temos um miminho extra que é a presença da Felicity Jones, mas aqui subaproveitada.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

BLOW OUT (1981)


Houve um tempo em que John Travolta era um actor magro. A sério... Os miúdos podem ir pesquisar. Nos anos 70 era mesmo um sex-symbol de adolescentes sedentas de carne. O gajo era o rei das pistas de dança, tinha tido o mega-sucesso com Grease. Depois vieram os anos 80, onde tentou fazer um tipo de cinema mais "sério" (odeio esta expressão). Tentou ir por outros caminhos. Se bem que o Saturday Night Fever é mesmo um filme sério, um belíssimo drama. 
Em 1981 cruza-se com Brian De Palma para protagonizar este Blow Out. Na verdade, o gajo já tinha entrado no Carrie, mas aí era um papel substancialmente mais pequeno.

E se já houve tempo em que Travolta era magro, também existiu um tempo em que eu era um puto estúpido. E porque é que digo isto? Ora, a primeira vez que vi este filme tinha borbulhas na cara e queria era explosões, porrada e/ou mamas. Este filme só oferece mamas, e durante pouco tempo no início. Tinha achado o filme uma valente seca. Acontece que voltei a ver este filme 20 anos depois da primeira vez. Agora com um olhar mais cuidado do cinema. Mesmo que ainda me interessem mamas e porrada, os meus gostos evoluíram. 
E aos 33 anos, o que é que eu acho deste filme? É provavelmente o melhor filme do De Palma (pelo menos anda lá perto). 
A história deste De Palma é aparentemente simples. Um técnico de som (Travolta) está a gravar sons. Enquanto grava esses sons, é testemunha auditivo de um aparente acidente. Depois são conspirações políticas até chegar ao desenlace. A primeira parte do filme é muito boa. Toda a investigação que o Travolta faz, a relação com a sobrevivente do acidente (Nancy Allen - lembram-se dela no Robocop?), o "trinity killer" (o excelente John Lithgow) a fazer de tudo para apagar as provas.
O problema é a segunda parte, que foi mais a pontapé. Parece que foi feita a correr. Então a cena final é de uma pessoa ficar a pensar: "então, mas acaba assim???"

Ainda assim, Brian De Palma tem um estilo muito próprio de filmar. O jogo de câmara, o som (e por vezes a falta dele), as sombras, etc... Por vezes fiquei a pensar que tinha ali muito de Hitchcock.

Não fosse o último terço do filme e seria excelente. Assim é "só" muito bom.


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

STAR TREK: THE ORIGINAL SERIES - THE ENEMY WITHIN

Aos 33 anos, será que ainda vou a tempo de ver os cerca de 800 episódios e mais de dez filmes do universo de Star Trek? A reposta é simples. Sim. Até porque tenho contrato com o senhor lá de cima que diz que antes dos 100 anos eu não morro. Por isso, e porque mais vale tarde que nunca, aventurei-me neste universo. Começo naturalmente pela Original Series. Lá vou eu à Wikipedia ver que ordem tenho de seguir, pois sou um analfabeto nestas coisas. Vi um ou outro filme. Das séries nunca tinha visto nada. A verdade é que nunca fui "trekkie". Sempre fui mais Team Star Wars. Não sei porquê, rejeitava mesmo antes de ver. E no entanto, Star Wars e Star Trek são coisas absolutamente diferentes.
Aqui vou colocando os meus episódios preferidos (até para memória futura).

O primeiro episódio favorito é The Enemy Within. Uma avaria no transportador faz com que o Kirk seja duplicado. Só que a cópia é meio-maléfica. Ou seja, o vilão deste episódio é o próprio Kirk.